segunda-feira, 1 de março de 2010

O guia vermelho


O guia Michelin foi uma grande sacada dos irmãos André e Eduardo Michelin. Como todo mundo sabe, a empresa produz pneus. Pensando em aumentar o consumo deles, a dupla inventou uma maneira de estimular as viagens de carro pela França. Em 1900, os Michelin fizeram os primeiros mapas das estradas francesas e custearam as placas de sinalização em troca de colocar o nome de sua empresa em cada uma delas.

Quem pretendia viajar de carro escrevia para o escritório da companhia e recebia uma carta com as informações sobre o trajeto, de lugares para comer a postos de gasolina. Os primeiros guias foram impressos e distribuídos gratuitamente, e só passaram a ser cobrados em 1920. O Michelin passou a classificar os restaurantes com 1, 2, ou 3 estrelas em 1936. Hoje, estima-se que uma estrela a mais seja responsável por um aumento de 70% no faturamento da casa.

O guia vermelho de referência de hotéis e restaurantes é o mais respeitado do mundo, e representa o sonho ou o pesadelo de qualquer chef. Ganhar uma estrela do guia significa a ascensão do restaurante e de seu chef, ao passo que perder uma delas pode levar até a uma tragédia como a do chef Bernard Loiseau, que suicidou-se em fevereiro de 2003, com um tiro na cabeça, aos 52 anos, desesperado com o rumor de que seu estabelecimento perderia a classificação de “três estrelas” no Guia Michelin.

Crédito: Revista New Yorker

Atualmente, a coleção cobre 23 países e o guia Kyoto-Osaka 2010, que saiu em outubro passado, é seu 24º título, depois que a empresa deixou de publicar o guia Áustria e da suspensão dos guias sobre Las Vegas e Los Angeles (Estados Unidos).

Tóquio vence Paris com mais restaurantes três estrelas

Este ano, Tóquio se tornou a capital mundial dos restaurantes três estrelas, com 11 prêmios máximos concedidos pelo guia Michelin 2010, à frente de Paris, que obteve 10. Vale lembrar que Paris tem quase 40.000 restaurantes, quatro vezes menos que Tóquio. A capital do Japão continua sendo também a cidade mais “estrelada” do mundo, com 261 estrelas no total, 34 a mais que no ano anterior, concedidas a 197 restaurantes.

Confira aqui a excelente e reveladora entrevista publicada no site da revista New Yorker com uma das avaliadoras do Michelin.

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